O ex-policial Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco, afirmou, nesta terça-feira (27), que deixou se levar por ganância. “Eu me deixei levar, foi ganância. Eu, na verdade, nem precisava, estava numa fase muito tranquila da minha vida, e eu caí nessa asneira. Foi ganância, realmente foi uma ilusão danada que caí.” A oitiva de Lessa no STF (Supremo Tribunal Federal) ocorre por videoconferência, uma vez que ele está preso na Penitenciária de Tremembé, em São Paulo.
Mais cedo, Lessa disse que tinha um pacto de silêncio, quebrado após a delação que ele firmou. Ele se manifestou após pedir que todos outros réus deixassem a audiência de depoimento e não assistissem à oitiva.
“Havia um pacto de silêncio e gostaria que isso fosse respeitado. É tudo muito delicado. Não estamos lidando com pessoas comuns. São pessoas de alta periculosidade, assim como eu fui. São muito perigosos (os réus), mais do que se possa imaginar. O simples fato de eu ter praticado o crime, não me coloca pior que eles”, disse.
No mês passado, a defesa de Ronnie apresentou à Corte um pedido para que ele seja transferido de unidade prisional em Tremembé. A petição alega que ele está “isolado do convívio social e do contato físico com sua família”, além de impossibilitado de atividades como “trabalho interno, oficinas técnicas, ensino superior à distância, assistir a palestras, cursos”.