O autor do feminicídio de Alexandra Monteiro, 30 anos, ocorrido em março deste ano em Cuiabá e apurado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, foi condenado em tribunal do júri realizado nesta quinta-feira (25.11) a 22 anos de reclusão, sem o direiro de recorrer da sentença em liberdade.
M.A.M., de 25 anos, foi indiciado no inquérito policial, inicialmente conduzido pela delegada Eliane de Moraes e concluído pelo delegado Hércules Batista, pelo crime de homicídio qualificado (feminicídio, motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vitima).
Conforme a denúncia do Ministério Público, baseada no inquérito da DHPP, a vítima, cujo nome social era Alexandra Monteiro, e o autor do crime conviveram por mais de um ano em um relacionamento conturbado e ela terminou com ele. Em julho de 2020, ele foi preso em flagrante por estupro da irmã e quando saiu da prisão, passou a ameaçar a vítima insistindo em reatarem.
Crime
Na manhã do dia 7 de março deste ano, o corpo de Alexandra foi encontrado em avançado estado de decomposição, em uma casa na localidade Altos de Cuiabá, região do Jardim Florianópolis. Familiares informaram à Polícia Civil que sentiram falta da vítima, que não fazia contato desde a noite do dia 05. Quando foram até a residência, encontraram o corpo dela no banheiro, já em estado de putrefação. Conforme a perícia realizada no corpo, a vítima sofreu estrangulamento e teve a laringe fraturada.
A investigação da DHPP apontou o companheiro de Alexandra, como o principal suspeito do crime. Eles viviam um relacionamento amoroso bastante conturbado.
A equipe da delegacia especializada apurou ainda que dias antes de matar sua companheira, o autor do feminicídio, que era monitorado por tornozeleira eletrônica conforme decisão judicial, rompeu o equipamento e registrou um boletim de ocorrência informando que foi obrigado a se desfazer do aparelho sob ameaça de outras cinco pessoas.
Depois de cometer o crime, ele saiu da casa levando diversos pertences da vítima, entre eles o celular de Alexandra e publicou em um aplicativo de mensagens o status ‘#partiuRondonopolis’, dando a entender que a vítima estaria em uma viagem, quando na verdade ela estava morta no banheiro de sua residência.
Com base nas informações e indícios coletados, a delegada Eliane Moraes representou à Justiça pela prisão preventiva, que foi decretada pela Vara de Violência Doméstica da Capital, e cumprida em 31 de março.
Além do inquérito pelo feminicídio, ele responde também pelo crime de estupro contra a própria irmã.