O tenente-coronel e comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Ronaldo Roque da Silva revelou que os dois integrantes da quadrilha do Novo Cangaço, responsável pelo roubo a duas cooperativas de crédito em Nova Bandeirantes (1.025 km de Cuiabá), que ainda estão foragidos, já foram identificados.
Além disso, ele fez sua avaliação da operação que levou vários bandidos à morte e prisão. A caçada foi concluída no dia 04 de julho, 58 dias após o roubo. As investigações apontaram que mais de 13 bandidos cometeram o crime que levou das agências quase R$ 1 milhão.
De acordo com o comandante, o paradeiro da dupla ainda é desconhecido. Os bandidos foram identificados como Jonh Lenon Roberto Lira da Silva e Francimário da Conceição Silva, sendo um da Bahia e outro de Pernambuco.
“Essas duas pessoas que participaram do roubo já foram identificadas e qualificadas. O destino deles é incerto. No depoimento do penúltimo preso, o Salvador, que era o mais experiente na mata, ele relatou que no momento em que se separou dos comparsas eles já estavam bastante debilitados”, disse.
“Apesar disso, fizemos uma varredura com intuito de localizá-los, era uma área bastante extensa de mata, mas não foram encontrados. Pode ser que eles possam ter recebido ajuda para fugir? Claro que sim. Mas devido ao estado de saúde dele não descartamos também que eles tenham vindo a óbito na mata”, explicou.
Boa parte dos integrantes da quadrilha vieram do Nordeste do país e eles eram especialistas na prática de roubo a banco. As investigações realizadas pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apontaram que a escolha da cidade poderia estar relacionada com a quantidade de mineradoras na região.
Nos relatos colhidos pelo tenente-coronel Roque, os bandidos vieram para o Estado com a intenção de roubar uma delas e não as agências.
“Um dos criminosos falou que eles tinham outra intenção que era o de cometer um delito em uma mineradora. Mas eles acabaram optando por fazer as agências bancárias no município. Ainda não sabemos que motivou essa mudança”, pontuou.
Após o roubo, a quadrilha que estava em duas caminhonetes abandonou as vítimas e seguiu para o interior de uma mata. As equipes do Bope foram rapidamente acionadas e seguiram para a cidade com auxílio do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer).
Somente do Bope foram empregados 25 militares para caçar os assaltantes. Ao todo, 120 policiais participaram da operação. Durante a ação, foram registrados cinco confrontos que levaram à morte de 9 bandidos. Além disso, cinco foram presos.
Esses criminosos foram identificados como Romário Oliveira Batista, Maciel Gomes de Oliveira, Luiz Miguel Melek, Waldeir Porto Costa, conhecido como Índio, Diego de Almeida Costa, Adailton Santos da Silva, Ronaldo Rodrigues de Souza e/ou Francisco de Assis Cavalcante dos Santos, conhecido como Galego, Cristiano de Jesus Nunes, de 28 anos, e Samuel Santos Silva, conhecido como Salvador, 44 anos.
Para Roque, a operação foi concluída de forma positiva, tendo em vista que os policiais atenderam os anseios da população e levaram segurança para a região.
“Nós conseguimos dar as respostas, inicialmente no intuito de identificar e prender os criminosos, mas a gente acredita que obteve os resultados amplamente favoráveis na medida em que conseguimos identificar todos os envolvidos. Boa parte deles, após identificados acabaram vindo a óbito por circunstâncias de resistência e confronto com os policiais e outros acabaram sendo detidos”, declarou.
“Em Mato Grosso nós pautamos sempre nossas ações pelas questões legais. Nenhum policial militar, sobre tudo do Bope, vai para uma operação em que tem criminoso armado com a intenção de matá-lo, mas ele vão com objetivo de dar a resposta. Entretanto, somos preparados para resguardar nossa vida, dos nossos colegas e da sociedade quando necessário”, acrescentou.
Investigações da GCCO
As investigações do roubo coordenadas pelo titular do GCCO, o delegado Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, ainda não foram concluídas. Entretanto, os trabalhos já estão em sua rota final.
Ele também explicou que já foram identificados todos os integrantes da quadrilha e que novas prisões devem ser realizadas. “Estamos na reta final da conclusão das investigações. Depois de quase dois meses conseguimos desvendar todo o esquema criminoso, identificando não somente os autores, mas todos aqueles que contribuíram de forma indireta também”.