De acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e suas associações estaduais, o Brasil deve colher um novo recorde na produção da commodity.
Os números foram divulgados durante a 74ª reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), realizada on-line na manhã da última quarta-feira (27).
O volume estimado para a safra 2023/2024 é de 3,5 milhões de toneladas de algodão beneficiado (pluma), um aumento de 7,7% em relação ao ciclo anterior, explicado, basicamente, pelo incremento da ordem de 15,4% na área plantada, que deve ser consolidada em 1,93 milhão de hectares.
Esse aumento se deve, em grande parte, à migração de área de milho de segunda safra para a cultura, e o resultado abaixo do esperado para a soja, em função dos efeitos do El Niño.
Já a produtividade projetada para esta safra deve ser 6,7% menor que em 2022/2023, chegando a 1.809 quilos de pluma por hectare.
As chuvas recentes, registradas praticamente em todos os estados produtores, estão ajudando no desenvolvimento da cultura, mas para repetir o recorde do ano passado, ainda são necessárias precipitações no período de enchimento de capulhos, principalmente nas lavouras plantadas em segunda safra. O clima também favoreceu a pressão de pragas, como a mosca-branca, e de lagartas, como a spodóptera, que, apesar disso, estão bem manejadas.
Esta foi a primeira reunião oficial, das quatro realizadas anualmente pela Câmara Setorial, que é presidida pela Abrapa e tem representantes de todos os elos da cadeia produtiva da fibra, como a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), a Conab e o Mapa. Uma reunião extraordinária ocorreu no início de março, quando a quebra na safra da soja e os mecanismos necessários de suporte aos produtores foram o tema do encontro.