As investigações iniciaram após registros de diversos boletins de ocorrências de estelionato, em que os suspeitos se passavam por funcionários da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) entravam em contato com as vítimas, informando que os cartões de crédito estavam cancelados. Os golpistas diziam ainda que um funcionário da Febraban iria procurar as vítimas para retirar o cartão e após três dias a pessoa receberia o cartão novo.
Durante diligências para esclarecer os crimes, os policiais civis identificaram, inicialmente, que os suspeitos ficaram hospedados em um hotel de Sinop. Posteriormente confirmaram as características, de que se tratava de um casal, sendo um homem moreno e uma moça branca, e que utilizava um taxista para fazer corridas na cidade.
No decorrer das apurações foi descoberto que o suspeito foi até a um supermercado em Sinop. Nas imagens captadas pelas câmeras de segurança do estabelecimento foi possível verificar o exato momento em que o indivíduo entra no local e procura um caixa eletrônico para sacar dinheiro. Os policiais constataram que o casal estaria hospedado em uma pousada, no centro de Sinop.
Com base nas informações, a equipe da 1ª Delegacia de Sinop passou a monitorar o local e fez a abordagem dos suspeitos. No quarto onde o casal estava foram apreendidos vários cartões de crédito, comprovante de débitos, além de várias máquinas de cartão utilizadas para fazer as transações ilícitas.
Diante dos indícios e provas da prática criminosa de estelionato, os dois envolvidos foram encaminhados para a delegacia, onde informaram que estavam em Sinop a mando de pessoas do estado de São Paulo, que seriam as responsáveis por entrar em contato com as vítimas. O casal contou que a cada semana um estado do País era escolhido para a aplicação dos golpes, com preferência para cidades em que esse tipo de crime não era muito conhecido.
“Lucros” dos golpes
Em depoimento, os conduzidos revelaram que na semana passada estavam no Espírito Santo onde, no período de uma semana, conseguiram aplicar golpes no valor total de R$ 38 mil. De acordo com os dois, a associação criminosa conseguia arrecadar por mês cerca de R$ 160 mil, bem como o valor obtido ilicitamente era dividido entre os demais integrantes da quadrilha, sendo que para os mesmos sobravam de R$ 4 a 5 mil por semana.
A Polícia Civil de Sinop descobriu que o golpe era aplicado com os cartões da seguinte forma: os suspeitos, de posse da senha previamente conseguida por meio da ligação telefônica feita por um dos membros da associação criminosa para a vítima, e com o cartão das vítimas efetuavam débitos e/ou parcelamentos até utilizarem todo o limite.
O homem e a mulher presos chegaram a Sinop no dia 27 de julho. No dia seguinte (28) iniciaram a sequência de golpes na cidade, os quais, segundo planilha de contabilidade, ultrapassam o montante de R$ 32 mil.
Após interrogatório, os dois suspeitos foram autuados em flagrante pelos crimes de estelionato e associação criminosa e depois colocados à disposição da Justiça.