A greve dos policiais penais aumentou a tensão nas unidades do sistema prisional, em Mato Grosso. Penitenciárias e cadeias estão se transformando em verdadeiros barris de pólvora com as tentativas de fuga e ameaças de ataques fora das prisões, caso as visitas continuem suspensas.
O movimento grevista completou oito dias nesta quinta-feira (23), e busca equiparação salarial com as demais forças de segurança. Com a greve, mais de 11 mil presos estão sem receber visita por tempo indeterminado.
Conforme relatos, bandidos prometem retaliações, caso os serviços não voltem a ser realizados até domingo (26).
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado (Sindspen-MT), Amauri Benedito Paixão, já existem rumores de rebeliões e ataques foras das unidades prisionais.
“Nesse período é comum a tensão aumentar dentro das unidades com as festas de final de ano, tendo em vista que os reeducandos almejam a saída. (…) Já começamos a ouvir também os rumores de rebeliões e ataques fora das unidades, mas nosso movimento é legítimo”, declarou.
Esta semana, duas tentativas de fuga em massa foram registradas no Estado.
A primeira aconteceu na terça-feira (21), na Penitenciária Central do Estado (PCE). Lá os criminosos teriam aberto um buraco em uma das paredes do Raio 2 onde estariam alojados dezenas de presos.
A outra aconteceu na quarta-feira (22), na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May, quando detentas serraram uma das grades das celas e destruíram as telas. A fuga colocaria nas ruas mais de 80 integrantes da facção Comando Vermelho (CV).