O deputado estadual Xuxu Dal’Molin (PSC) criticou duramente a posição do Supremo Tribunal Federal (STF) durante a pandemia da covid-19, em razão da autonomia concedida aos governadores e prefeitos para adotarem medidas restritivas de biossegurança. Xuxu chegou a chamar os ministros de “ignorantes” e “covardes”.
A fala do parlamentar foi feita nesta quarta-feira (20), durante a discussão sobre o projeto que pretende proibir a exigência de passaporte da vacina em Mato Grosso. Antes de Xuxu, o deputado e médico sanitarista Lúdio Cabral (PT) havia citado o STF ao defender que o projeto não fosse aprovado.
“Com muito respeito ao STF, vocês, ministros do STF, foram ignorantes, covardes e não cumpriram com a própria Constituição”, criticou Xuxu, durante seu discurso.
Na visão do parlamentar, o STF foi responsável por diversos erros que foram cometidos pela gestão pública durante a pandemia. Ele citou como exemplo o fechamento de diversos setores da economia, que ocorreram em abril de 2020, quando a incidência de contaminação da covid-19 crescia e os estados ainda não estavam equipados para suportar a demanda da saúde.
Ainda, o deputado ponderou que os ministros teriam violado o artigo 5º da Constituição, que trata dos direitos individuais e fundamentais, ao permitir a proibição de cultos religiosos, do direito de ir e vir e até o direito à propriedade, lembrando que o STF proibiu as reintegrações de posse durante a pandemia.
“Simplesmente pegar 70% do país que trabalha de manhã para comer a tarde e mandar ficar em casa, pessoas que têm, basicamente, um banheiro sanitário em casa, amontoar famílias carentes, que se contaminaram mais dentro de casa do que em seus locais de trabalho, isso foi uma covardia com nosso país e com muitos países do mundo”, criticou.
“São nulos os atos do STF que liberaram prefeitos e governadores, como é nulo proibir ou apoiar o passaporte sanitário se não fizer outra assembleia constituinte”, completou, arrancando aplausos de quem assistia a sessão pela galeria.
Xuxu também ressaltou que já foi defensor do distanciamento social, da vacinação e do tratamento precoce, mas defendeu o projeto contrário à exigência do comprovante de vacinação.
Antes, o parlamentar também havia comentado que é um “homem do campo”, e que a classe não parou durante a pandemia em razão da sua “missão divina que é alimentar o Brasil e o mundo”. O comentário foi feito para rebater a alegação de que Mato Grosso é campeão de óbitos. Ele reconheceu que teve quem “pagou com vidas” e afirmou se solidarizar com as famílias que perderam entes queridos por conta do vírus.
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