Opositores à gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) se manifestaram, na tarde desta quarta-feira (25), em frente ao Palácio Alencastro para relembrar os quatro anos do “Escândalo do Paletó”. Até um bolo de festa para “celebrar” a data foi levado.
Convocado pelo vereador de oposição Diego Guimarães (Cidadania), o ato, no entanto, teve a presença de apoiadores de Emanuel, que destruíram o bolo e um deles chegou a dar um soco no ex-vereador Abílio Júnior (Podemos), que revidou.
O “Caso do Paletó” veio à tona em uma reportagem do Jornal Nacional no dia 25 de agosto de 2017. Nela, o prefeito Emanuel Pinheiro apareceu em um vídeo colocando maços de dinheiro no paletó, na época em que era deputado estadual.
“Esse bolo é para tirar gosto amargo da corrupção da boca dos cuiabanos. É o bolo da impunidade. É um ato simbólico para dizer a população que não aceitamos a impunidade, para dizer que o crime não compensa”, disse Diego ao oferecer o bolo para população.
Momentos depois da declaração, alguns apoiadores de Emanuel invadiram o ato com caixa de som, microfone e placas com “Xó BRT”. Emanuel é contrário a implantação do modal na Capital.
Em determinado momento, um apoiador de Emanuel vestido de “fantasma” – apelido que Abílio ganhou na eleição de 2020 – começa uma discussão, e segue dando um soco em Abílio com punhos fechados. O vereador revidou, mas logo é separado por populares.
A Polícia Militar chegou a intervir. O ex-vereador e o apoiador de Emanuel foram levados para delegacia para registrar um boletim de ocorrência.
O ato
Segundo Diego, o protesto de hoje é ato de “provocação” para pressionar o Poder Judiciário a julgar com celeridade o caso do “mensalinho” na Assembleia Legislativa.
“Não podemos esquecer, não podemos deixar que o tempo apague as marcas da Copa do Mundo e a corrupção naquele governo [Silval Barbosa] e daqueles deputados principalmente em Cuiabá”, afirmou.
Para ex-candidata a prefeita de Cuiabá Gisela Simona (Pros), que também estava no ato, a demora em uma decisão é “angustiante”.
“Essa demora demonstra que a Justiça no Brasil é lenta e por vezes injusta. Quatro anos é um tempo considerável e a Justiça já poderia ter visto esse caso, ou absolve ou condena. Mas precisa dar uma satisfação para nós da sociedade que pagamos nossos impostos”, afirmou ao MidiaNews.
Vestido a caráter
Também estava no ato, o servidor público Eloi Vanderlei da Silva, que aplicou diversas cópias de R$ 50 em sua roupa, em alusão ao fatídico vídeo. Para ele, o Poder Judiciário precisa dar uma resposta à população sobre o caso.
Como cidadã, cuiabana e advogada, é muito ruim ter uma prestação jurisdicional tão lenta da forma que está. Hoje eu participo do ato por acreditar que precisamos fazer justiça nesse caso. Nós tivemos CPI na Câmara dos vereadores, em que quem pagou confessou que era propina. Nós tivemos.