A Fórmula 1 anunciou a primeira parte de seu calendário para a temporada 2020, começando dia 5 de julho, no GP da Áustria. Oito etapas estão confirmadas até o momento, todas elas na Europa. Por conta do coronavírus, a categoria vai esperar para definir as datas para as demais etapas. A meta é fazer de 15 a 18 provas no total, menos do que os 22 GPs previstos no calendário original, mas o número de oito GPs é o mínimo previsto por regulamento para que o campeonato seja válido.
De acordo com comunicado distribuído pela categoria, o restante do calendário “será divulgado nas próximas semanas”.
Depois de mais de sete meses longe das pistas, a F1 terá seis etapas em sete finais de semana: serão duas corridas na Áustria (5 e 12 de julho) e uma na vizinha Hungria (dia 19 de julho). Depois da pausa de um final de semana, a categoria, então, vai para a Inglaterra, onde disputa outras duas etapas (nos dias 2 e 9 de agosto). E, no final de semana seguinte, será a vez do GP da Espanha, no dia 16 de agosto.
As outras provas confirmadas vão manter as datas originais: o GP da Bélgica será disputado dia 30 de agosto e o GP da Itália será dia 6 de setembro. Todas estas corridas devem acontecer sem a presença de público e pelo menos as primeiras seguirão protocolos bastante restritos para evitar que o coronavírus se espalhe entre os profissionais da categoria e países pelos quais ela passa.
Os dirigentes da F1 propuseram realizar corridas classificatórias com o grid invertido para definir a posição de largada nos GPs que serão feitos no mesmo local em finais de semana seguidos (Áustria e Inglaterra) para evitar que os resultados sejam previsíveis. A medida será votada nesta quarta-feira, mas dificilmente passará: a Mercedes já se declarou contra e é necessária aprovação por unanimidade.
Confira as datas da temporada europeia da F1
05/07 GP da Áustria
12/07 GP da Estíria (Áustria)
19/07 GP da Hungria
02/08 GP da Grã-Bretanha
09/08 GP do Aniversário de 70 Anos (Silverstone)
16/08 GP da Espanha
30/08 GP da Bélgica
06/09 GP da Itália
Falta encaixar 5 GPs.
A temporada da F1 estava inicialmente prevista para começar dia 15 de março, na Austrália, mas a categoria decidiu cancelar a etapa horas antes do primeiro treino livre. A partir daí, vários eventos foram cancelados ou adiados. Além da prova australiana, já se sabe que as corridas de Mônaco, Holanda e França não vão ser disputadas neste ano.
Entre os GPs que foram apenas adiados e que ainda não têm data marcada estão Bahrein, China, Vietnã, Azerbaijão e Canadá. As duas que têm maior chance de acontecer são o GP do Bahrein, que deve ser realizado em dezembro, antes do encerramento do campeonato em Abu Dhabi, e o GP do Azerbaijão, que está cotado para ser a primeira corrida após a temporada europeia (no que a F1 está chamando de fase da Eurásia). No caso da China, os promotores querem receber a prova, mas ainda é necessário que o governo do país libere a realização de eventos internacionais, algo que deve ser revisto em um mês. Já o Vietnã tem pressa para finalizar as negociações com a Liberty Media, que detém os direitos comerciais da F1, já que a pista, que estreia neste ano, ocupa vias públicas e demanda tempo para ser montada. E justamente por também ser um circuito que usa um local público (um parque) e pela pequena janela para receber a F1 em termos de clima, é muito difícil que o GP do Canadá seja realizado neste ano.
E o GP do Brasil?
E dentre as provas que ainda não foram adiadas ou canceladas, a mais ameaçada é de Singapura, outro circuito de rua. O GP do Brasil segue presente nos calendários provisórios, uma semana antes do previsto originalmente (no dia 8 de novembro). Esse ajuste do calendário depende da posição do GP do Vietnã, que tem a prioridade da Liberty Media devido ao fato dos promotores já terem pago 60 milhões de dólares pela prova, enquanto o Brasil não paga esta taxa. Os organizadores da etapa em Interlagos já divulgaram que vão iniciar a venda de ingressos quando a data da prova for confirmada.
As negociações para definir o calendário são complicadas por diversos fatores: cada país está em um estágio diferente na luta para controlar o coronavírus, e tem políticas distintas; a pandemia aumentou os desafios e os preços de se enviar equipamentos para os GPs; e há ainda questões financeiras. Como algumas corridas serão feitas sem público, a Liberty vai até pagar pelo aluguel do circuito ao invés de cobrar pela realização da prova (como no caso de algumas destas oito provas já confirmadas), em outras, as taxas estão sendo renegociadas.
Todo o esforço tem explicação: a receita da Fórmula 1 vem principalmente destas taxas cobradas junto aos organizadores (e por isso a categoria se preparava para a temporada mais longa de 70 anos de história), direitos de transmissão e patrocinadores. Além do lucro obtido com os contratos por GP, esse número de 15 a 18 que a categoria persegue não é por acaso: 15 é o número mínimo de provas para que os atuais contratos de TV sejam válidos.