Agricultores em Mato Grosso estão em estado de alerta quanto a pressão de percevejos na safra 2022/23 de soja. O excesso de chuvas no mês de janeiro tem dificultado o manejo de defensivos contra a praga.
No distrito de Boa Esperança, em Sorriso, produtores revelam que há propriedade fazendo até quatro aplicações de inseticidas para tentar exterminar a praga.
A pressão de percevejos nas lavouras mato-grossenses é o tema do episódio 70 do Patrulheiro Agro desta semana.
Consultor agronômico em aproximadamente 30 mil hectares de soja, Ederson Cleiton Peruzzolo comenta que devido as chuvas a programação de aplicações para a cada 15 dias chegam a atrasar entre três e sete dias.
“Entrou um pouco mais tarde já compromete a eficiência do produto, dificultando os tratos culturais que a gente tem que fazer”, diz Peruzzolo frisando que a maior preocupação é quanto aos percevejos.
Ataque silencioso causa prejuízo ao bolso
O ataque do percevejo é silencioso e severo tanto na cultura da soja quanto na do milho. E, de acordo com o setor produtivo, pode deixar sequelas significativas em termos de produtividade e rentabilidade.
“Essa praga se intensificou muito. Hoje, o produtor faz de três a quatro aplicações para controlar o percevejo. Antigamente a gente fazia uma a duas no máximo”, pontua Peruzzolo.
No caso do milho, segundo o engenheiro agrônomo River Phoenix, “se cochilar no manejo da terra, o milho perde bastante”.
O produtor Bruno Cesar Zanatta revela que na safra passada de milho chegou a registrar prejuízo de aproximadamente 18% em decorrência ao percevejo.
Excesso de chuvas em Mato Grosso dificultam as aplicações de defensivos contra percevejos. Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso
Percevejo barriga verde e marrom prevalecem
De acordo com pesquisas, as espécies mais comuns da praga em Mato Grosso são o percevejo barriga verde e o percevejo marrom.
Para o controle ser mais eficiente, a recomendação dos especialistas é a adoção de um bom manejo de defensivos nas áreas de soja mais precoce para evitar a chamada “ponte verde” para as cultivares tardias e para o milho.
“Geralmente nas primeiras aplicações é importante que se use um produto mais de choque. E, a partir da ocorrência de ninfas, se utilize produtos à base de neonicotinoides e piretroides. Essa população controlada nós vamos ter um aumento no período de soja livre da presença desses insetos”, salienta a pesquisadora da Fundação MT, Lúcia Vivian