Foto: Agência Brasil/arquivo
A China não foi a única nação a derrubar o embargo à carne bovina brasileira nesta semana. Em nota divulgada na noite de quinta-feira (23), o Ministério das Relações Exteriores (MRE) confirmou que outros quatro países reabriram seus mercados à proteína nacional.
No comunicado, o MRE não menciona quais os outros países que voltaram a liberar a compra da carne bovina oriunda do Brasil. A pasta salienta, contudo, que outros seis locais seguem sem importar o produto: Bahrein, Catar, Cazaquistão, Irã, Rússia e Tailândia.
Dessa forma, é possível cravar ao menos um dos países que liberaram os embarques da carne brasileira: a Jordânia. Conforme registrado no início deste mês pelo site do Canal Rural, a nação do Oriente Médio havia suspendido as compras em decorrência do caso atípico de mal da vaca louca, notificado em 23 de fevereiro em fazenda localizada em Marabá (PA).
“A forma atípica é de ocorrência natural no rebanho bovino, e não representa risco à saúde pública” — MRE
Nesse sentido, o governo federal, por meio do MRE, fez questão de reforçar — mais uma vez — que casos atípicos de mal da vaca louca não representam riscos para outros animais e muito menos para os seres humanos.
“Diferentemente da forma clássica da enfermidade — conhecida como ‘mal da vaca louca’ —, a forma atípica é de ocorrência natural no rebanho bovino, e não representa risco à saúde pública, conforme diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA)”, ressalta o ministério.
Exportação de carne bovina: trabalho diplomático para evitar fechamentos de mercados
Além de informar que a China e mais quatro países liberaram a compra de carne bovina brasileira, o Ministério das Relações Exteriores informou que desde que o caso de encefalopatia espongiforme bovina (EEB, nome técnico do mal da vaca louca) foi identificado no Pará, houve risco de fechamento de mercado por parte de 15 países. Aí, entrou em campo o trabalho diplomático.
“Atuando desde o anúncio do caso de EEB para evitar fechamentos indevidos de mercados. Por meio de monitoramento ativo, o MRE detectou riscos de fechamento em 15 países. Em quatro casos foi possível evitar o fechamento do mercado e em outros cinco, contando a China, os mercados foram momentaneamente fechados, mas já reabertos”, afirma a pasta.
De volta ao principal mercado comprador da proteína
O MRE ainda valorizou a importância da reabertura pelos chineses. No ano passado, o Brasil exportou para o país asiático o total de 1,1 milhão de toneladas de carne bovina, o que rendeu US$ 7,5 bilhões de dólares em receita cambial.
Diretor de conteúdo do Canal Rural, Giovani Ferreira apontou, no boletim ‘AgroExport’ desta semana, que o mês de embargo da China deve representar retração de até 20% dos embarques da carne bovina para o exterior no primeiro trimestre deste ano. Conforme lembrou, a China é responsável por comprar 60% do produto comercializado pelos pecuaristas brasileiros.
Cotações do boi gordo em alta
A notícia de que a China voltará a comprar a carne bovina nacional movimentou positivamente o mercado. De acordo com a Agência Safras, as cotações fecharam a quinta-feira (23) com preços em alta. Os valores para a arroba do boi gordo foram os seguintes:
- São Paulo (SP) — R$ 295;
- Uberaba (MG) — R$ 290;
- Dourados (MS) — R$ 274; e
- Cuiabá (MT) — R$ 252.