Nesta quinta-feira (2), o Ministério da Agricultura (Mapa), informou, por nota, que Tailândia, Irã e Jordânia suspenderam temporariamente as importações de carne bovina de todo o Brasil em função de um caso de ‘vaca louca‘ ocorrido no Pará.
Além disso, a Rússia apresentou embargo à proteína exportada do Pará. No estado, há apenas uma planta frigorífica habilitada no Serviço de Inspeção Federal (SIF) para exportar para aquele país.
Segundo o Mapa, a amostra para a tipificação da EEB está sob análise do laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal em Alberta, no Canadá, que irá determinar se a doença é da forma clássica ou atípica.
O Mapa, em nota, afirma que aguarda o resultado da tipificação da amostra para a imediata aplicação das ações cabíveis.
Carne bovina
Nesta quinta-feira, o consultor em agronegócio, Carlos Cogo, disse que acredita que o embargo da China à carne brasileira será suspenso no curto prazo.
Para esse desfecho comercial, ele pontua que outros mercados não teriam como suprir a demanda chinesa.
“Os demais exportadores [de carne bovina], Estados Unidos, Nova Zelândia, Austrália e aqui os vizinhos — Argentina, Paraguai e Uruguai — não teriam como suprir a lacuna deixada pelo Brasil”, disse Cogo ao participar da edição desta quinta-feira (2) do telejornal ‘Mercado & Companhia’. “Esse fator é decisivo e, provavelmente, vai ser determinante para que a China não prolongue o embargo”, continuou o consultor.
É a mesma avaliação de Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP).
Ele reforçou que o lado brasileiro não é o único interessado em resolver o quanto antes essa situação e, consequentemente, voltar com os embarques para o país asiático.
“A expectativa é que a solução seja rápida”, disse Bernardino de Carvalho ao responder pergunta sobre o tempo que o embargo poderá permanecer ativo.
Nesse sentido, ele citou que, possivelmente, a suspensão de embarques por Pequim não chegará aos mais de 100 dias registrados em 2021, quando o Brasil teve dois casos atípicos de mal da vaca louca.
“Se o Brasil depende da China, a China também depende do Brasil”, continuou o integrante do Cepea. Assim, o pesquisador reforçou que, nos últimos anos, os chineses têm ampliado a compra de carne bovina brasileira para conseguir suprir a sua demanda interna. Em 2022, a China respondeu por mais de 50% das exportações brasileiras desse tipo de proteína animal.