Um dia após tomar posse, o presidente da Argentina, Javier Milei, deve anunciar medidas econômicas nesta segunda-feira (11). Ele comandará a primeira reunião de gabinete na Casa Rosada, residência oficial do governo argentino, com seus nove ministros.
Em seu discurso de posse, Milei apontou as estratégias do novo governo para tirar o país da crise, mas ressaltou que a situação não vai melhorar de imediato.
“Não há dinheiro, não há alternativa ao ajuste, não há alternativa ao choque”, disse Milei diante de uma multidão de azul e branco. “No curto prazo a situação vai piorar, mas depois veremos os frutos dos nossos esforços”, acrescentou.
De acordo com o jornal argentino Clarín, as medidas são relacionadas a corte de gastos, aumento de impostos para importação, privatizações e desvalorizações do dólar.
O pacote estabelece ações fiscais de “realização imediata” e que não precisam da aprovação do Congresso argentino.
A estratégia de Milei visa oxigenar um pouco a economia argentina em meio a um forte problema de inflação, que atingiu 142,7% na variação anual em outubro. Segundo o novo presidente, em entrevista recente, esse processo levará entre 18 e 24 meses.
O novo ministro da Economia, Luis Caputo, já deu sinais de que o objetivo da gestão é alcançar o déficit zero em 2024.
• proibição ao Banco Central da Argentina de emitir e financiar o Tesouro;
• remoção dos subsídios tarifários de forma gradual entre janeiro e abril;
• o governo Milei não vai fazer obras públicas, exceto aquelas que tenham financiamento externo;
• aumento de impostos sobre as importações;
• aplicar uma prorrogação do orçamento de 2023 para congelar os gastos;
• suspensão de contribuições não reembolsáveis aos estados argentinos;
• congelar benefícios orçamentários para empresas privadas;
• financiamento a universidades será feito apenas por montantes e valores de 2023;
• liberação de preços de combustíveis e pré-pagos;
• salários públicos adequados ao novo padrão de orçamento congelado;
• transferência de dívidas da Leliqs (títulos emitidos pelo Banco Central da Argentina) para o Tesouro Nacional e melhoria do equilíbrio do Banco Central da Argentina.
• as empresas públicas vão ser sociedades anônimas para facilitar a sua venda;
• desvalorização e fixação do dólar comercial em torno de 700 e 800 pesos.
Milei assinou o primeiro decreto de sua gestão, após tomar posse neste domingo (10). Trata-se do texto que muda o número de ministérios dos atuais 18 para nove pastas que vão compor a sua administração.
Até sexta-feira (8), seriam apenas oito pastas, mas o novo presidente argentino voltou atrás e decidiu manter o Ministério da Saúde; a ideia anterior era transformá-lo em secretaria.