Revisitar a ancestralidade humana e estabelecer uma relação atávica e telúrica por meio da arte. Essa atmosfera bem peculiar que emana das obras do artista paulista radicado em Rondonópolis desde 1983, Denis Maris, pode ser sentida pelo visitante da exposição “Do rupestre à cromopetrologia: ao encontro do homem transcontemporâneo” em cartaz na Galeria Soyanni Almeida, no Casario, desde segunda-feira (16) até sábado (21), das 19h30 às 21h30.
Contando com apoio da Secretaria Municipal de Cultura (Secult) e produzida a partir de recursos oriundos da Lei Aldir Blanc, a mostra apresenta 21 telas confeccionadas pelo artista plástico com base em estudo que ele realiza há mais de 20 anos com rochas e minerais. “O trabalho do Denis Maris faz alusão à natureza e é uma leitura contemporânea da arte rupestre”, define a chefe do Departamento de Ações Culturais da Secult, Maria Inês Silva.
Nascida de um insight que Denis teve quando viveu no Paraná, na década de 80, a pesquisa se transformou em técnica e, depois, em filosofia criada por ele. “Tudo teve início quando morei na cidade paranaense de Ibaiti. Lá, comecei a pesquisar fragmentos de rochas e, após algum tempo, me aprofundei na área de arqueologia e na classificação das rochas”, conta o artista.
Esse conhecimento antropológico é retratado por meio da iconografia representativa de suas obras. Essa dedicação ao estudo de objetos e culturas evoluiu e resultou em uma marca própria. “Eu achei um caminho, uma identificação que era minha. E, então, comecei a estudar, também, sobre as cores das rochas. Aperfeiçoei esse trabalho e oganizei uma filosofia a qual chamo de cromopetrologia”, lembra Denis e explica que cromos significa cor e petrologia é a ciência sobre as rochas e a mineralogia.
Adepto da meditação, Denis criou o que denomina de a palavra da atualidade e que dá o mote da mostra de arte: “Transcontemporâneo. Vivemos em um momento de elevação da humanidade através das experiências e da concepção de que tudo é energia e altíssima reflexão. Toda essa simbologia vai para os quadros”, comenta.
Conteúdo e densidade permeiam o arcabouço histórico tingido pela coloração impregnada nas pinturas. A inventividade desse artista que cultua a natureza ganha forma e representatividade na adequação da base que vai receber os fragmentos rochosos. “Após a extração dos minerais, preciso produzir uma tela específica para recepcionar os pigmento de rocha e dar a eles estabilidade e aderência. Dou a ela o nome de tela embasada”, compartilha ele.
A entrada para a exposição é gratuita e obedece todos os protocolos exigidos pela pandemia de coronavírus, conforme ressalta Maria Inês: “Estamos preparados para receber o público com todas as medidas de segurança como álcool em gel, exigência do uso de máscaras e observação para que haja o distanciamento entre os visitantes”.