A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou nesta quinta-feira (07.10), a Operação Resarcire para cumprimento de 28 mandados judiciais contra alvos de uma organização criminosa voltada à prática de crimes de estelionato. As ordens de prisões, buscas e apreensões, sequestros de bens e bloqueios de contas bancárias são cumpridas em Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina, e contam com apoio das polícias civis dos respectivos estados.
As equipes da GCCO, com apoio das Polícias Civis dos demais estados alvos da operação, estão nas ruas para o cumprimento de cinco prisões preventivas, oito prisões temporárias, 15 mandados de buscas e apreensões e ainda o sequestro de bens móveis e bloqueio de contas. A Justiça decretou ainda a indisponibilidade de bens imóveis dos investigados, sendo um deles uma casa, em um condomínio de luxo em Cuiabá, avaliada em meio milhão de reais.
As investigações efetuadas pela GCCO identificaram uma organização criminosa que se especializou em golpes de estelionato utilizando um site de compra e venda e também por meio da clonagem de anúncios. O prejuízo financeiro das vítimas é estimado em, aproximadamente, R$ 400 mil em um período de apenas três meses e atingiram vítimas em seis estados – Mato Grosso, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
A Polícia Civil de Mato Grosso apura os crimes de organização criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro. Além de cessar a atividade do grupo criminoso e impedi-los de fazer novas vítimas, o objetivo da operação é também apreender a maior quantidade de bens e valores em posse dos investigados, para o ressarcimento do prejuízo causado. Daí o nome Resarcire, que significa ressarcir em latim.
De acordo com o delegado titular da GCCO, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, os líderes da organização criminosa são de Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina. O trabalho investigativo apurou que esse grupo, composto por cinco pessoas, aplicava os golpes, criava os anúncios falsos e cooptava novos integrantes-correntistas. Além disso, os líderes da quadrilha praticavam a lavagem de dinheiro aplicando os recursos financeiros obtidos com as fraudes no mercado imobiliário e também acompanhavam os correntistas aos bancos para fiscalizar o saque dos valores recebidos.
Já os integrantes da organização que agiam como correntistas recebiam em suas contas bancárias os valores dos golpes aplicados, que eram transferidos pelas vítimas. Em contrapartida ficavam com 5% do valor sacado. “Esses investigados eram a base da estrutura da pirâmide da organização criminosa, dando sustentação para a Orcrim e exercendo papel fundamental e indispensável para o sucesso nas empreitadas criminosas, sem as quais as aplicações dos golpes não se concretizariam”, explicou o delegado Vitor Hugo.
Efetivo
Noventa policiais civis da GCCO e das demais unidades da Diretoria de Atividades Especiais da Polícia Civil de Mato Grosso estão envolvidos no cumprimento dos mandados na Operação Resarcire, com apoio de equiipes das Polícias Civis em São José do Rio Preto (SP) e Balneário Camboriú (SC).