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  • 28 de novembro de 2024 08:11 08:53

Pele de pirarucu ganha espaço na moda e gera renda para comunidades ribeirinhas

Pele de pirarucu ganha espaço na moda e gera renda para comunidades ribeirinhas 1Pele de Pirarucu - Foto: Reprodução

O pirarucu, famoso por seu sabor único e sua grandeza nas águas da Amazônia, tem conquistado novos territórios além das cozinhas e mesas ao redor do mundo.

Agora, sua pele, antes descartada, emerge como um recurso valioso na moda e na decoração.

A pele do pirarucu manejado, oriunda das reservas sustentáveis do Amazonas, está sendo transformada em cintos, bolsas, sapatos e estofados de alta qualidade, agregando valor ao pescado e gerando renda para as comunidades ribeirinhas que dependem da pesca sustentável.

Essa transformação é fruto de uma parceria inovadora entre os manejadores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá e a empresa Nova Kaeru, com o apoio da Fundação Amazônia Sustentável (FAS).

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Utensilios construídos com a pele do PirarucuFotos: Nova Kaeru/Reprodução Instagram

Pele do pirarucu é beneficiada pela Nova Kaeru antes de virar produtos de moda. Fotos: Nova Kaeru/Reprodução Instagram

A Nova Kaeru adquire a pele do pirarucu por R$ 160, um aumento significativo em relação ao preço inicial de R$ 126, e a processa em um curtume orgânico, pronto para ser utilizado na fabricação de acessórios e vestimentas.

Para garantir a qualidade do produto, os manejadores receberam capacitação promovida pela FAS e Nova Kaeru, aprendendo técnicas de retirada e beneficiamento da pele do pirarucu.

Esse trabalho não apenas evita o desperdício de um recurso natural, mas também fortalece a economia local e sustenta a floresta em pé, conforme explica Valcléia Solidade, superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades da FAS.

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Peles de piraricu tingidas-Foto: Nova Kaeru/Reprodução Facebook

“O pirarucu quase desapareceu das águas do Amazonas, mas graças ao manejo sustentável, a espécie encontrou um equilíbrio. Essa parceria é uma forma de valorizar não apenas o peixe como alimento, mas também como um recurso integral, que envolve aspectos ambientais, sociais e econômicos”, afirma Valcléia.

Além da durabilidade da pele e da vivacidade das cores, um produto feito com pele de pirarucu, quando descartado, integra-se à natureza em menos de 120 dias, ou seja: um produto biodegradável.

A cadeia produtiva do pirarucu manejado na RDS Mamirauá é regulamentada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), com a FAS prestando assistência técnica desde 2010.

Essa cadeia inclui, além da venda da pele, a comercialização do próprio pescado em feiras e para iniciativas como o Piraruclub, um clube de assinaturas que, em apenas um ano, já comercializou 4,4 toneladas do peixe, gerando R$ 158 mil em receita e beneficiando 110 famílias.

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Pescador autorizado de pirarucu-Foto: Nova Kaeru/Reprodução Facebook