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  • 28 de novembro de 2024 09:11 21:41

Polícia Civil cumpre 36 mandados de busca contra esquema de jogo do bicho em Barra do Garças

Polícia Civil cumpre 36 mandados de busca contra esquema de jogo do bicho em Barra do Garças 1Apreensões feitas pela Polícia Civil - Foto : PJC-MT

A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quinta-feira (27.05), a operação “Jogatina II” para cumprimento de 36 mandados de busca e apreensão em pontos identificados como de jogo do bicho e outros crimes assemelhados, nas cidades de Barra do Garças, Pontal do Araguaia e Aragarças (GO).

A operação deflagrada com base em investigações da 1ª Delegacia de Polícia de Barra do Garças é um desdobramento da Operação Jogatina, realizada em 2012, que desarticulou um esquema que controlava e explorava o jogo do bicho na cidade.

As recentes investigações trouxeram à tona a existência de numerosos cambistas que atuam na região central do município, concretizando apostas ilegais relacionadas a jogos de azar.

As informações chegaram à Polícia Civil através de informes e denúncias anônimas via 197, sendo iniciado o trabalho investigativo que constatou a veracidade dos fatos informados, identificando a atuação de diversas pessoas que utilizam uma espécie de máquina, similares as de cartões convencionais, para materializarem a loteria ilegítima.

Funcionamento da prática ilícita

As investigações apontaram que a prática ilícita ocorre de forma muito bem organizada pelos participantes e de forma exposta para todos os interessados em participar da “loteria”.

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Foram identificados 24 cambistas responsáveis por colherem as apostas – Foto : PJC-MT

Durante as diligências, foram identificados 24 cambistas responsáveis por colherem as apostas, sempre acompanhados da máquina de registro, recolhedores/coletores, os quais compareciam nos pontos de venda, retiravam os extratos de apostas, conferiam os valores e repassavam o pagamento ao operador, levando todo o dinheiro e as apostas para o “escritório”.

A estrutura do jogo tem três níveis de hierarquia. Os bicheiros ou anotadores são a face mais visível do negócio: vendem as apostas com seus bloquinhos e carimbos. Os gerentes são contadores que cuidam dos bicheiros de determinada área, intermediando o contato e o fluxo de dinheiro aos banqueiros (também conhecidos como bicheiros), a elite financeira do jogo.

Para o deferimento das ordens judiciais, foram apresentados fortes indícios do cometimento da contravenção, elencando a forma como é sistematizada a sua realização. Os pontos de jogos ilegais foram identificados nas cidades de Barra do Garças, Pontal do Araguaia e ramificações em Aragarças (GO).

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Os jogos de azar influem na arrecadação fiscal – Foto : PJC-MT

Segundo o delegado responsável pelas investigações, Adriano Marcos Alencar, a estruturação do ilícito faz diante de uma “organização contravencionista”, com estrutura muito bem organizada, de alcance ainda inimaginável,  sem mensurar os grandes prejuízos às vítimas e a geração de lucros ilícitos aos destinatários.

“A maioria dos suspeitos já possuem antecedentes criminais pela mesma contravenção, necessitando assim de uma ação mais enérgica das autoridades constituídas, visando frear a prática da infração penal. Os jogos de azar influem na arrecadação fiscal, pois não possuem o controle do Estado, além do que, a lisura da jogatina fica comprometida, pois não existe órgão de controle fiscalizador sobre as apostas”, disse o delegado.

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Comprovantes de jogos realizados no esquema – Foto : PJC-MT

O delegado destacou ainda que o fato de ser praticado de forma reiterada em diversos locais não afasta o caráter ilícito do jogo do bicho, pois no Direito brasileiro o costume não torna sem efeito a lei.

O delegado regional,   Wilyney Santana Borges, destacou que a Delegacia Regional de Barra do Garças, em um projeto piloto no estado, está buscando parceira com o Poder Judiciário para criar uma central de investigação de crimes de menor potencial  ofensivo já com mediação e conciliação em sede de delegacia. A operação Jogatina II vem para demonstrar a importância das investigações desta natureza, que no cotidiano acabam passando desapercebidas pelas forças de segurança”, disse.

A operação, coordenada pelo delegado da 1ª Delegacia de Barra do Garças, Adriano Marcos Alencar e pelo delegado regional Wilyney Santana Borges, conta com grande efetivo policial e  auxílio operacional de equipes das Delegacias Regionais de Primavera do Leste e Água Boa, bem como de equipes da Gerência de Operações Especiais (GOE), Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e Delegacia Especializada de Entorpecentes (DRE).